Jovens são baleados por PMs

O casal, que estaria namorando em um veículo no Sítio Caraúbas, Orobó, foi surpreendido com tiros.
Uma ação equivocada de policiais militares lotados no 22º Batalhão da Polícia Militar, em Orobó, terminou ferindo gravemente dois adolescentes. As vítimas, uma jovem com 15 anos e um rapaz com 16, estavam em um carro, com vidro fumê, em um local deserto do Sítio Caraúbas, quando foram surpreendidos por um capitão e três soldados do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). O comando do 22º Batalhão já instaurou sindicância para apurar os motivos da reação policial e um possível desvio de conduta. Os quatro PMs também tiveram a prisão administrativa decretada e ficarão detidos por 72 horas no batalhão onde estão lotados.
Siqueira: Pena tem que ser proporcional ao fato
Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press - 27/02/2009
Segundo versão contada pelos PMs, já passava das 22h da terça-feira e eles faziam rondas na região em busca de suspeitos do assalto ao Banco do Brasil de Bom Jardim, ocorrido na última segunda, quando viram o Gol. Aproximaram-se do carro e, nesse momento, o adolescente acelerou para tentar escapar. ´Os PMs contaram que por pouco não foram atropelados`, disse o delegado Ricardo Macário, que registrou o caso.

Diante da suposta reação das vítimas, os PMs atiraram, usando pistolas ponto 40 e fuzis 762. O rapaz foi atingido no abdômen, enquanto a moça recebeu um tiro na perna esquerda. Ambos foram levados, pelos próprios policiais, para o Hospital Miguel Arraes, em Bom Jardim. De lá, os jovens precisaram ser transferidos para o Hospital da Restauração (HR).

Segundo informações da assessoria de imprensa do hospital, os adolescentes foram submetidos a cirurgia, assim que deram entrada. A garota passou por uma cirurgia vascular, enquanto o rapaz fez uma laparotomia (quando os médicos abrem o abdômen para verificar se algum órgão foi atingido e fazem a retirada da bala). Ontem pela manhã os jovens já estavam na sala de recuperação do hospital. Estão estáveis, mas sem previsão de alta.

O comandante do batalhão, coronel Pereira Neto, disse que em situações semelhantes, o PM deve fazer a perseguição e pedir ajudar para instalação de bloqueios mais adiante. ´Instauramos sindicância para apurar administrativamente se houve desvio de conduta do grupo`, disse. O corregedor auxiliar da Secretaria de Defesa Social, coronel Elias Siqueira, disse que, se considerados culpados, eles podem receber desde advertência até expulsão. ´A penalidade tem que ser proporcional ao fato`, explicou.

O grupo envolvido na abordagem tem mais de cinco anos de corporação. O delegado José Hélio Pereira, de Orobó, vai apurar o caso. Depois de socorrerem as vítimas, os PMs apresentaram-se na Delegacia de Limoeiro e explicaram o que havia acontecido. As seis armas que estavam em poder dos policiais também foram entregues(Lilian Pimentel e Marcionila Teixeira) 

Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/01/20/urbana5_0.asp

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