Produtores negociam alteração em linhas de financiamento com o BB


Estavam sem poder pedir financiamento produtores dos municípios de Bom Jardim, Buenos Aires, Chã de Alegria, Feira Nova, João Alfredo, Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, Limoeiro, Macaparana, Machados, São Vicente Férrer e o distrito de Batateira, pertencente ao município de Belém de Maria Imagem: Alcione Ferreira/DP/D.A Press

Os produtores de cana-de-açúcar de Pernambuco deram um passo à frente hoje nas negociações com o Banco do Brasil (BB) no que se refere às possibilidades de financiamento da produção. Uma reunião em Brasília com representante da instituição financeira e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) resolveu entraves relativos ao zoneamento agroecológico de municípios com produção histórica de cana, mas que estavam impedidos de pleitear crédito junto ao BB desde 2009.

“Na prática o que estava acontecendo era um problema de interpretação do decreto-lei 6.971, de setembro de 2009, que excluía algumas áreas com tradição no cultivo da cana-de-açúcar. Em Pernambuco, 12 municípios estavam enfrentando problemas por causa desta situação. Foi esclarecido que nestas localidades, tanto unidades industriais já instaladas e sua produção não são objeto do zoneamento; exatamente porque a produção é anterior à assinatura do decreto”, explicou o presidente da Unida, Alexandre Andrade Lima.

Estavam sem poder pedir financiamento produtores dos municípios de Bom Jardim, Buenos Aires, Chã de Alegria, Feira Nova, João Alfredo, Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, Limoeiro, Macaparana, Machados, São Vicente Férrer e o distrito de Batateira, pertencente ao município de Belém de Maria.

Outra questão negociada na reunião de hoje foi um pedido para que o Banco do Brasil passe a oferecer aos produtores o crédito rotativo – com aprovação prévia do mesmo valor autorizado no ano anterior. Segundo Alexandre Andrade Lima, os produtores pediram ao BB que levasse em consideração medidas já adotadas pelo Banco do Nordeste (BNB).

Um dos pedidos da Unida que ainda deve ser analisado pela diretoria do Banco do Brasil é a mudança na classificação dos produtores de cana – também tomando por base de comparação o que já é praticado pelo BNB. Para o BNB, por exemplo, o miniprodutor está classificado na faixa de faturamento de R$ 360 mil, enquanto para o BB, vai até R$ 18 mil. Já o pequeno produtor (onde estão enquadrados 99% dos fornecedores de cana) está na faixa de faturamento de até R$ 3,6 milhões para o BNB, enquanto para o BB o valor é de R$ 110 mil.

“É uma diferença muito grande e os dois bancos trabalham com a linha do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), por isso não é essa questão que influencia a classificação na nossa visão. Eles (BB) reconheceram que a disparidade é grande e se comprometeram a analisar o pedido da Unida”, detalhou o presidente da entidade, para quem a modificação deve facilitar a tomada de financiamento bancário.

Por Juliana Cavalcanti, da equipe do Diario

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